TV RAFAEL ALBERTI

Em 96 anos, Rafael Alberti fez convergir em sua vida e obra lirismo e militância, poesia e revolta, resistência e literatura. Contemporâneo de Salvador Dalí, Frederico Garcia Lorca e Luis Buñuel, viveu ligado à transgressão e morreu consagrado como poeta nacional da Espanha, país pelo qual lutou na Guerra Civil e do qual esteve separado em mais de 40 anos de exílio na Europa e América Latina. Sofrendo desde a juventude sérios problemas respiratórios, Alberti viveu seus últimos anos isolado em Puerto de Santa María, cidadezinha próxima a Cádiz, onde nasceu e morava com sua segunda mulher, a escritora Maria Assuncíon Mateo. Desde o início nos anos 20, ligado aos principais movimentos da vanguarda da época, Rafael Alberti foi trocando progressivamente os pincéis pelo livro e, em 1925, venceu o Prêmio Nacional de Poesia. Ao lado de Lorca, Pedro Salinas, Vicente Alexandre e Jorge Guillén, ficaria conhecido como representante da Geração de 27, tida como decisiva na história da literatura espanhola. Em 1929, publicou "Sobre os anjos", uma de suas obras mais conhecidas. Nos anos 30, Alberti se dedicaria quase integralmente à militância política. Fez parte da direção do Museu do Prado na jovem república espanhola, secretariou a Aliança dos Intelectuais Antifascistas e chegou a lutar na aviação republicana. Com a ocupação de Madri pelas tropas de Franco, iniciou um longo exílio ao lado da primeira mulher, Maria Teresa de León. No início da década de 40, conviveu com Di Cavalcanti em Paris — o primeiro de uma série de intelectuais e artistas brasileiros que conheceria nos anos seguintes, como João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes e outros. Alberti também uniu política e arte no teatro, em textos como "Noite de guerra no Museu do Prado", muito encenado nos anos 60, e "As fúrias", encenado no Brasil por Antonio Abujamra. Em 1977, no início do processo de redemocratização espanhola, Alberti voltou à Espanha, no que se transformou num marco da era pós-Franco. Quase imediatamente, candidatou-se a uma cadeira de deputado pelo Partido Comunista. Eleito, renunciou à vaga em favor de seu suplente, sob alegação de que se dedicaria exclusivamente à literatura. Em 1984, Alberti recebeu das mãos do rei Juan Carlos o Prêmio Cervantes, o mais importante concedido a autores de língua espanhola.

Fonte: Jornal "O Globo" - 29/10/1999 - Rio de Janeiro - Obituário.

Nome oficializado pelo Decreto n.º 45.110, de 10 de agosto de 2004.

Começa na Rua Crestins, entre a Avenida Carlos Lacerda e a Rua Cabaxi e termina nesta última, situada no Distrito do Campo Limpo, Subprefeitura do Campo Limpo.

Nomes anteriores: Viela Sem Denominação

Fonte: Dic.Ruas