TV GUIOMAR CHAVES MAGDANELO

Guiomar Chaves Magdanelo nasceu em 18 de junho de 1905 na cidade de Viseu, em Portugal. Era filha de Adelino Chaves e Maria José de Campos, portugueses humildes. Chegou ao Brasil no ano de 1923, se instalando no bairro da Lapa. Mais tarde, em 1927, mudou-se para a Vila Pirituba, hoje bairro de Pirituba, onde permaneceu até o fim da vida. Junto com seu marido, Manoel Pinto Magdanelo, com quem teve nove filhos, construiu uma casa composta apenas de um cômodo ao qual, à custa de muito sacrifício, foram gradativamente acrescidos outros. Nessa época, o bairro apresentava pouquíssimas residências. Prevaleciam ali chácaras e fazendas. Havia muitas dificuldades devidas à ausência de comércio e indústria, portanto de trabalho, hospital e infraestrutura básica como água encanada, esgoto tratado, luz elétrica. O transporte coletivo era restrito a uma linha de trem, cuja estação se encontrava a dez quilômetros de distância. Gradativamente, foram aparecendo novos moradores. Não contaram tempo; começaram a luta pela busca de melhorias da Vila Pirituba. Com enxadas em punho, arrumaram as ruas em mutirão, fazendo escoamento de água de chuva, corrigindo os buracos, carpindo as margens e espalhando pedras para torná-las transitáveis. Católicos praticantes e fervorosos, ela e o marido, em um sentimento compartilhado pela comunidade, perceberam a necessidade de erigir um templo. Fizólicos praticantes e fervorosos, ela e o marido, em um sentimento compartilhado pela comunidade, perceberam a necessidade de erigir um templo. Fizeram uma campanha e com a colaboração dos poucos moradores conseguiram a areia, os tijolos, madeira, pedras, cimento e os demais materiais para a primeira capela de Vila Pirituba, dedicada à Nossa Senhora. As pessoas que já trabalhavam arduamente durante a semana, empenharam-se durante dois anos nos momentos de "descanso", ou seja, nos finais de semana e feriados, para concluir essa missão. Líder por natureza, reunia as mães para socorrer as pessoas desempregadas, necessitadas e famintas acolhendo-as em sua casa e na capela recém construída. Não havia na comunidade um padre para celebrar as missas e ministrar os sacramentos. Após exaustiva procura, encontraram no bairro do Jaraguá, um sacerdote que se dispunha a fazer as celebrações. Ocorre que uma distância de dez quilômetros tinha que ser percorrida. Assim, assimilaram mais essa atividade à sua atribulada agenda de compromissos. Iam aos sábados buscar o padre utilizando para isso uma charrete que possuíam. Levam-no para sua residência onde cuidavam de suas refeições, pousada e retorno no domingo. Quando tomava conhecimento de alguém doente na comunidade fazia questão de visitar e trazer orações e palavras de ânimo. Oferecia-se para ajudar os familiares com a comida, curativos, banho. Ia sempre munida de balas e bolachas. Recebeu e fez jus aos dons que recebeu de Deus. O dom da caridade, ao qual dedicou sua vida. Cuidou do bem estar físico e espiritual da comunidade e, a despeito da pouca instrução, serviu de exemplo para os doutores. Um outro dom, que todos nós recebemos e não o valorizamos, é o dom da vida. Ela fez valer cada segundo de sua existência. Às vezes, as pessoas que a cercavam perguntavam de onde vinha toda aquela energia para cuidar do marido, dos filhos, dos netos e arrumar tempo para pessoas que ela nem conhecia, oferecendo, despretensiosamente, sua sabedoria, suas orações e, é claro, balas e bolachas. Praticou o que disse o apóstolo Paulo: "combateu o bom combate, concluiu a corrida e guardou a fé". Guiomar faleceu em 28 de setembro de 1990.

A proposta de homenagem contou com a apresentação de abaixo-assinado dos moradores encaminhada ao Administrador Regional de Pirituba. Contou ainda com o Projeto de Lei nº 570/2010, de autoria do vereador Eliseu Gabriel.

A oficialização do nome se deu pela Lei nº 15.595, de 26 de junho de 2012.

logradouro público inominado que começa na Rua Ribeirão Vermelho e termina na Avenida Santa Mônica (Setor 105 - Quadra 82), no Distrito de Pirituba, Subprefeitura de Pirituba/Jaraguá.

Fonte: Dic.Ruas