R PRINC DOM LUIS DE SAXE

Filho mais velho da princesa D. Leopoldina do Brasil e de Luís Augusto de Saxa-Coburgo-Gota, Pedro Augusto Luís Maria Miguel Rafael Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança nasceu no Rio de Janeiro, em 1866. Foi príncipe de Saxa-Coburgo-Gota e neto preferido do imperador D. Pedro II, também seu padrinho. Em 1871, ficou órfão de mãe. Seu avô, o imperador, queria prepará-lo para sucedê-lo no trono, posto que sua filha mais velha, D. Isabel, ainda não tinha filhos. O pai dos meninos continuou na Europa, educando seus outros filhos. D. Pedro II nomeou como preceptor de seus dois netos Manuel Pacheco da Silva, médico, ex-reitor do Externato D. Pedro II, onde fez toda a sua formação básica. Estudou Engenharia e estudioso tal como o avô, foi autor de várias obras sobre Mineralogia. Pedro Augusto teve ativa participação em planos conspiratórios para retirar a tia e o primo na linha sucessória do trono brasileiro. Aproveitando-se da má fama e da rejeição que grande parte da elite política sentia por D. Isabel, Pedro Augusto planejou até 1889 assumir a coroa. Com a Proclamação da República, o príncipe foi detido no Paço Imperial junto com o restante da família, depois de deixar sua residência, no bairro do Engenho Velho (Tijuca). Conduzido para o navio onde a Família Imperial seguiria para o exílio, Pedro Augusto apresentou o seu primeiro surto psicótico. Tentou esganar o capitão do navio e teve de ser detido em uma cabine, onde foi acometido de delírios persecutórios. Exilado na propriedade de sua família paterna, ainda tentou manobras políticas visando à restauração monárquica no país, mas sua situação psicológica voltou a se deteriorar e os poucos conspiradores monarquistas ainda ativos logo se afastaram do príncipe. Foi paciente de Sigmund Freud. Tentou suicídio aos 27 anos. Após quarenta e um anos de sofrimento devido a perturbações, faleceu em 1934, em um sanatório de Viena, solteiro, sem deixar filhos.
Fonte: VASCONCELOS, Rodolfo Smith de. Archivo Nobiliarchico Brasileiro. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, p. 1918, p. 22.

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