R PDE JOAO GUALBERTO

O padre e Dr. João Gualberto do Amaral, nasceu em Guapé - Minas Gerais, em 28 de abril de 1873. Ordenou-se em Mariana no dia 21 de dezembro de 1895. No final de 1900, doutorou-se em Direito Canônico pela Universidade Gregoriana. De volta ao Brasil, sua atuação coincidiu com a de Júlio Maria nos púlpitos e a de Carlos de Laet na imprensa, no apogeu da fase de reconquista espiritual que a Igreja iniciou após a chegada da República. São Paulo, que surgia como grande metrópole, fez-se o centro de onde irradiou seu nome. Das conferências sobre o protestantismo na matriz de Santa Cecília 1903, às pregações na velha Sé, sobre o dogma da Imaculada Conceição, conquista a cidade. O bispo diocesano da época, D. José de Camargo Barros, convida-o para ser professor do Seminário Diocesano, ainda no velho casarão da Luz, onde permaneceu de 1905 a 1913, lecionando Teologia Moral e Dogmática, Direito Canônico e Medicina Legal. Ali vão buscá-lo os lideres católicos para responder a Enrico Ferri, o discípulo de Lombroso, que visitava a cidade acompanhado da fama de arrogante, de adversário implacável do catolicismo. Pode-se avaliar a sensação do acontecimento. Se João Gualberto tinha renome em São Paulo, Ferri era uma celebridade internacional. Três conferências proferidas no espaço de uma semana, na Faculdade de Direito, nas quais aquele padre de província demoliu ponto por ponto, doutrinas lombrosianas, fundadas na presunção dogmática do ceticismo da época. Na primeira, Gualberto do Amaral responde as teorias do criminalista e o faz em seu próprio terreno, para concluir triunfante, que era possível analisá-las e mesmo combatê-las, sem uma única vez citar o nome de Deus e sem um remoque às crenças dos outros. Na segunda, "As Incoerências de Ferri", vale apena lembrar a defesa que fez das instituições de caridade, combatidas pela escola de Lombroso, socialista avançado. É do padre mineiro esta frase, "Na Idade Média, os desgraçados recebiam o pão; a sociedade moderna, mais generosa, nutre-os de política". Na terceira conferência, "A Igreja e a mulher, segundo Ferri", resposta de um lado de preconceitos anti-católicos do criminalista, do outro, a teoria de Lombroso sobre a inferioridade biológica da mulher. Para isto serviu-se dos próprios dados da escola lombrosiana, antecipando conceitos correntes. João Gualberto deixou a Faculdade de Direito carregado em triunfo pelos estudantes. Em 1913, uma oposição com D. Duarte o fez ser transferido para o Rio de Janeiro, onde se tornou simples professor de religião no Colégio Assunção. Ainda assim, constantemente era solicitado, dava amostras de seu gênio, com aulas sobre "O papel do professor de Anatomia Patológica", na Faculdade Nacional de Medicina. Anos mais tarde transferiu-se, como capelão, para o Carmelo de Petrópolis onde comemorou, em 1945, seu jubileu sacerdotal, sendo então inscrito no Livro Nacional do Mérito. Faleceu em 28 de janeiro de 1948.

Logradouro oficializado através da Lei nº 3.727, de 28 de dezembro de 1948.
O Decreto nº 5.436, de 10 de agosto de 1962, trata da extensão do referido logradouro.
Nomes anteriores do logradouro: Rua 1, trecho da Rua Sítio Grande e Rua Oliveira.

Começa na Estrada do Imirim e termina na Rua Gessy. Fica entre a Estrada do Imirim e Rua Waldomiro da Silveira. B. Casa Verde.

Nomes anteriores: Rua do Mesmo Nome, Rua 1, Trecho da Rua Sítio Grande e Rua Oliveira

Fonte: Dic.Ruas