R PDE FAUSTINO CONSONI

O padre Faustino fundou, em 1894, a seção Feminina do Orfanato Cristóvão Colombo, um dos primeiros asilos de proteção à orfandade existente em São Paulo.

Nome dado a partir do Projeto de Lei nº 37 de 1951, autoria de vereador Guilhermino Lopes Gianini, parte desta rua foi aberta na década de 1930 no loteamento promovido por D. Leonor Monteiro da Silva na sua antiga propriedade que, no século XIX, era conhecida como “Pasto Velho” e também como “Mato do Caetano. A este novo loteamento, D. Leonor deu o nome de Vila Quinta das Paineiras. Doado o seu leito para a municipalidade em 1935 esta denominação homenageia o Padre Faustino Consoni, amigo da família Falchi, que foi responsável pela construção da capela de Santo Emidio. Faustino Consoni nasceu no dia 11 de dezembro de 1857, em Palazzolo sull'Oglio - Bréscia, tendo ingressado para a vida religiosa em 1888 na Ordem Franciscana. Em 1890, passou para o Instituto Mander, transferindo-se em 1892 para a Congregação dos Missionários de São Carlos em Piacenza. Em 1893 foi ordenado presbítero por Dom Giovanni Baptista Scalabrini, sendo enviado posteriormente para o Brasil. Padre Faustino foi destacado para missões na divisa dos Estados de São Paulo com o Paraná e, estando em Curitiba, foi convocado para assumir a direção do Orfanato Cristóvão Colombo após a gestão interina de Padre Natal Pigato, frente à precoce morte de Padre Marcheti ocorrida no mesmo em dezembro de 1896. O Padre Faustino tomou posse como diretor do Orfanato a 4 de março de 1897 na companhia do Padre Marco Simoni. O orfanato foi criado para abrigar crianças imigrantes e descendentes em situação de vulnerabilidade, cenário comum na cidade de São Paulo. A vinda de imigrantes foi feita de maneira a suprir a demanda por uma mão de obra assalariada e branca para o Brasil, crescendo-se então a classe operária assalariada, fez com que os embates entre as classes populares ficaram mais acirrados, entre eles temos a mobilização de parte da Igreja e de anarquistas na construção das figuras influentes presentes no país. Parte desse cenário trouxe à tona a disputa de narrativas acerca do Orfanato e da figura de Padre Faustino, que dirigiu-o por décadas até a sua morte. O desaparecimento de Idalina, uma menina que estava sob os cuidados do Orfanato, foi atribuído ao Padre pela imprensa anarquista. Parte de sua narrativa o santifica enquanto outra parte o demoniza, sendo esse caso uma das denúncias que envolviam o orfanato e a direção do mesmo. Pela falta de provas, o Padre Faustino foi absolvido das acusações, porém, esse caso marcou uma disputa de narrativas em torno da História.  Em 1919 Padre Faustino foi nomeado reitor da Igreja de Santo Antonio, localizada na Praça do Patriarca, centro de São Paulo, e veio a falecer no dia 12 de agosto de 1933, tendo sido sepultado no cemitério do Santíssimo Sacramento, localizado na Av. Dr. Arnaldo.    

Fontes: SOUZA, Wlaumir Doniseti de; “Anarquismo, Estado e Pastoral do Imigrante – das disputas ideológicas pelo imigrante aos limites da ordem: o caso Idalina, SP, Editora Unesp, 2000.

Projeto de Lei nº 37 de 1951

jornal A Gazeta de 12/08/1933

Obra de Mário Ronco Filho, disponível em  http://vilaprudentesuahistoria.com.br/images/pdf/revista.pdf 

DA COSTA, Ricardo Felipe Santos. A EDUCAÇÃO E O AVESSO DA CIDADE DOS TEMPLOS DE CIVILIZAÇÃO: MORTE E VIDA DOS FILHOS DOS OUTROS, ENTRE SOBRAS E SOMBRAS, NO ORPHANATO CHRISTOVAM COLOMBO (SÃO PAULO, 1895-1913).

Começa na Rua Dom Lourenço Maria Balconi e termina na Rua Padre Mariano Rinaldi.

Nomes anteriores: Rua Existente e Rua O

Fonte: Dic.Ruas