R PASCOAL DA SILVA GUIMARAES

Pascoal da Silva Guimarães era português e morou no Rio de Janeiro, trabalhando numa casa comercial do sargento-mor Francisco do Amaral Gurgel e no tempo do descobrimento do ouro em Minas Gerais, mudou-se para lá, em cerca de 1704. Ao princípio, minerou no Rio das Velhas e depois mudou-se para as abas da serra de Ouro Preto, aí enriquecendo rápida e fabulosamente, pois empregou, pela primeira vez, métodos usados na Nova Espanha para extração do ouro. Em 20 de março de 1708, Pascoal da Silva Guimarães foi nomeado sargento-mor das minas de Ouro Preto e seus distritos, tornando-se, desse modo, o rela precursor de Vila Rica e tomando parte ativa na guerra dos emboabas. Não apoiou, no entanto, todos os atos de Manuel Nunes Viana, tanto que D. Brás Baltazar da Silveira, governador da capitania, na patente que lhe concedeu de governador de Vila Rica e seus distritos, em 12 de janeiro de 1714, diz ele expressamente que foi "o único que reconheceu por governador a D. Fernando Martins Mascarenhas, no tempo das alterações, oferecendo-se para executar tudo o que lhe ordenasse e passando o governador Antônio de Albuquerque a estas minas com vinte soldados e alguns oficiais, o dito Pascoal da Silva o sustentou a sua custa por espaço de quinze dias e nelas se detiveram com grandes despesas de suas fazenda e na ocasião em que o mesmo governador veio sossegar as alterações destas minas, ter conciliado o dito Pascoal da Silva Guimarães os ânimos dos principais homens delas para obedecerem às ordens de Sua Majestade e alternando-se os povos do distrito desta vila por algumas sugestões dos malcontentes, acudiu a sossegá-los com grande zelo do serviço de Sua Majestade e sendo quase o principal instrumento da devida obediência que deram ao dito governador que nomeando-o mestre de campo, deu-lhe depois posto de superintendente deste distrito no que se houve com grande acerto e prudência e na ocasião do socorro do Rio de Janeiro, por não poder ir àquela praça em razão de estar encarregado do dito governo, mandar trinta escravos armados a sua custa em companhia do dito governador e remeter ao mesmo outros muitos, como tudo consta por certidões autênticas, e por confiar dele, etc" - A sua patente de mestre de campo foi passada em 2 de junho de 1711 a de superintendente de Ouro Preto em 27 de agosto do mesmo ano, ambas por Antônio de Albuquerque, que também lhe deu uma sesmaria nas terras de sua moradia, em 16 de abril de 1711, declarando nesse documento que ele ali tinha família e trezentos escravos. Dom Brás Baltazar da Silveira fez-lhe mercê de duas sesmarias mais, uma datada de 4 de maio e outra de 27 de agosto, ambas em 1716. Em 1720, envolveu-se Pascoal no levante de Vila Rica, sendo por isso preso por ordem do conde de Assumar, pelo capitão de dragões Manuel de Barros Guedes Madureira e finalmente remetido para Lisboa, onde o seu prestígio e o seu dinheiro acabaram invertendo os papeis, pois moveu contra o conde de Assumar um processo de responsabilidade, só atalhado´pelo seu falecimento.

Fonte: FRANCO, Francisco de Assis Carvalho. Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil. São Paulo:  Comissão do IV Centenário da cidade de São Paulo, Serviço de Comemorações Culturais, 1954.  

Começa na Avenida dos Nacionalistas e termina na Rua José Lopes de Toledo.

Fonte: Dic.Ruas