R MESQUITA

Samuel Eduardo da Costa Mesquita, dentista francês estabelecido no Rio de Janeiro e em São Paulo na segunda metadedo século XIX, exerceu um papel relevante na antiga área da Chácara da Glória que, depois de arruada, deu origem à Vila Deodoro onde hoje se encontra a Rua Mesquita. Nascido em Paris, em 24 de janeiro de 1838, sua família era de origem safardi, ou seja, de judeus oriundos de Portugal. Era filhos de Mardochée da Costa e Emilie Athias. O Dr. Samuel Mesquita, como indicam os anúncios profissionais, teria se formado dentista nas Faculdades de Paris e do Rio de Janeiro. Em diversos almanaques de meados do século XIX há referências sobre seus consultórios instalados no Rio de Janeiro, desde 1858 pelo menos, e em São Paulo, na Rua Direita nº 27, partir de 1870. Samuel Mesquita exerceu as funções provisórias de rabino e integrou a diretoria das primeiras entidades judaicas no Rio de Janeiro e São Paulo. Pode-se inferir, por sua trajetória, ter sido figura de influência e relevo na comunidade judaica. Casou-se em 1873, ainda no Rio de Janeiro, com Mary Amzalak, também integrante de família judia sefardi. Os dados disponíveis revelam que as famílias tinham relações desde o norte da África e que teriam chegado ao Brasil na mesma época. Mesmo que ainda não se possa estabelecer com precisão as motivações que os levaram a investir na aquisição de terrenos em São Paulo, constata-se que na década de 1880, Samuel Mesquita e sua esposa Mary Amzalak eram donos de vários imóveis. Em São Paulo possuíam áreas extensas oriundas do antigo núcleo colonial da Glória. Apenas uma destas glebas media 192.873 m2. Outro dos lotes, de 156.200 m2 seria revendido à Cia. City na década de 1910. Em São Caetano também adquirem glebas pertencentes à área do núcleo colonial, onde manteve uma grande olaria, e em Santos foram proprietários de imóvel rural denominado José Menino. A área que foi arruada com o nome de Cidade Deodoro, e cuja venda passou a ser divulgada em 1891, teve origem na fusão e reorganização de alguns dos grandes lotes rurais do núcleo colonial da Glória, destacando-se a grande propriedade organizada por Samuel Eduardo da Costa Mesquita, conhecida como Monte Belo do Cambuci. A Cia. Paulista de Transportes adquiriu, além desta grande gleba, outra conhecida como bairro do Rincão. Em escritura de 29 de abril de 1891 estes dois lotes perfazem uma área total de 1.514.634 m2, no valor de R$ 2.200:000$000. Samuel Mesquita foi acionista do Banco Italo Brasileiro, da Cia. Econômica, Gás, Água e Esgotos. Em 1885 participou da comissão para a construção do monumento do Ipiranga.

Fontes: dissertação de Mestrado de PIRES, Walter “Configuração territorial, urbanização e patrimônio: Colônia da Glória (1876-1904)”, FAU-USP.

Começa na Rua Robertson e termina na Praça Ida Kolb, prolongamento. B. Vila Deodoro. DP. Cambuci - Vila Mariana.

Fonte: Dic.Ruas