R MATILDE MACEDO SOARES

Dona Matilde Melchert da Fonseca de Macedo Soares, nasceu em São Paulo - Capital, em 01 de agosto de 1894. Casou-se com o Dr. José Carlos de Macedo Soares no dia 15 de dezembro de 1910. Além de sua vida social intensa em virtude das posições políticas e culturais de seu marido, que foi Ministro das Relações Exteriores de três governos; Ministro da Justiça por duas vezes; deputado Federal; deputado estadual; Embaixador em Missão Especial nos Estados Unidos, representando o Brasil na posse do Presidente Roosevelt no seu segundo mandato; Embaixador na Itália e Interventor Federal no Estado de São Paulo. D. Matilde ocupou-se muito com os necessitados, aconselhando-os e lhes fornecendo recursos, quando eles necessitavam. A verba mensal de donativos distruibuidos por D. Matilde entre diversas entidades, era de duzentos mil cruzeiros, na época. Essa quantia provinha de rendas deixadas por seu pai e por seu tio, o Sr. Jesuino da Fonseca Leite. Ela nunca usou esta renda em benefício próprio, distribuindo-a rigorosamente em donativos. Preocupou-se muito com os leprosos, criou a Associação Beneficiente dos Lázaros, presidindo-a durante muitos anos. Não se contentava em dar donativos a todos os leprosários, visitava-os também. Preocupou-se muito com os Carmelos, sendo ela própria 3ª Carmelita e constantemente resolvia os problemas que surgia. Foi enterrada com o hábito das Carmelitas. Católica praticante de Comunhão diária, tinha em sua residência uma Capela privativa, autorizada pela Santa Igreja, a pedido do saudoso Arcebispo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva. A autorização permitia a celebração da Missa e Guarda do S.S. Sacramento. Auxiliou na formação de sacerdotes. Antes do governo instituir as bolsas de estudos, Dona Matilde ajudava os necessitados na formação escolar. Auxiliou a clínica de prevenção Santa Clara em Campos do Jordão, entidade presidia por seu esposo. No seu testamento deixou em dinheiro e ações, elevada quantia para diversos Carmelos e conventos. Sua casa de Campos do Jordão e as propriedades que possuia em Lindóia, doou em vida para a Congregação das Missionárias Filhas de Jesus Crucificado, com sede em Campinas - São Paulo. Episódio extraordinário ligado a pessoa de Dona Matilde, prova a grandeza de sua alma em benefício dos necessitados. Pela assinatura do tratado de paz entre a Bolívia e o Paraguai, onde esteve como mediador seu esposo, o Presidente do Paraguai em certa reunião disse a Dona Matilde que desejava dar-lhe um presente em nome do governo do Paraguai e lhe pediu que escolhesse o que ela desejasse. Ela respondeu: "Que o único presente por ela desejado, era que o Presidente da República libertasse três sentenciados, que cumpriam pena na Penitenciária de Assumção. O Presidente respondeu-lhe que não poderia libertar os sentenciados. Ela o responde: "Pode, desde que o diretor da Penitenciária opine favoravelmente". O Presidente insistiu: "isto é certo mas não creio que haja sentenciado em condições de serem indultados", dona Matilde respondeu: "existe três" e tirou da carteira um papel com três nomes. O Presidente lhe perguntou: como sabe disso? - Ela informou: "soube pelos jornais que Vossa Excelênciia ia dar-me um presente em nome do governo do Paraguai, e em visita a penitenciária obtive esta informação com o Diretor da mesma". Tendo notícia deste episódio os governos da Bolívia e do Brasil, também perdoaram três mulheres sentenciadas. Isto retrata a grandeza de sua alma, e encontra-se narrado no livro "A Mulher Paulista". Da mesma maneira recusou numerosas honrarias e condecorações. Possuia a comenda da Ordem de Cristo, que lhe foi entregue pessoalmente pelo Presidente da República de Portugal. Foi Presidente da Legião Brasileira de Assistência em São Paulo, quando seu esposo foi interventor, colaborou no anonimato, com inúmeras instituições. A preocupação constante de sua vida foi fazer o bem, renunciando a tudo em benefício de seu semelhante. Finalmente deve-se assinalar a opinião comovida de seu marido. "Mais do que companheira, foi sempre uma excelente secretária, não só porque me auxiliava em tudo, também porque tinha uma grande memória e um magnânimo coração. Faleceu em 1963.

Começa na Rua Herbert Hoover e Termina na Av. X. Fica entre as Ruas dos Martires Armenios e Rua Herbert Hoover.

Nomes anteriores: Rua 13

Fonte: Dic.Ruas