Endereço

R MARTINHO PRADO

Bela Vista

A origem desta rua remonta a finais do século XVIII e está ligada a um antigo caminho utilizado pela população que ia buscar água no então Tanque do Bexiga ou do Reuno que se localizava entre as ruas Augusta e Santo Antonio. Nada mais do que uma trilha, este caminho recebeu alguns melhoramentos em meados do século XIX, ocasião em que ficou conhecida como “Beco do Tanque” e também como “Beco do Tanque Reuno”, conforme referendado nas Atas da Câmara de 14/11/1881 e 12/02/1890. Em dezembro de 1881, os moradores do Bexiga e da Consolação reclamaram das condições do beco, ao mesmo tempo em que ofereceram colaboração para a realização dos melhoramentos necessários. A esse respeito, assim se manifestaram os vereadores: “A Comissão de Obras tendo examinado a matéria da representação dos moradores do Campo do Bexiga e parte da rua da Consolação, em que se propõem a fazer os reparos necessários na ladeira que vai ao tanque do Bexiga ao Campo do mesmo nome, [desde que] esta Câmara faça os que precisa o beco desde o tanque até a rua da Consolação, é de parecer que o dr. Engenheiro faça o orçamento das obras necessárias. S. Paulo 5 de dezembro de 1881.” Tendo em vista esta deliberação, foi construído um aterro no local, ocasião em que o logradouro passou a ser conhecido como “rua do Dr. Martinho Prado”, numa referência ao Dr. Martinho da Silva Prado, proprietário de uma grande chácara naquela região e possivelmente um dos que colaboraram para os melhoramentos nesta rua (Atas da Câmara 21/01/1885).       

O dr. Martinho da Silva Prado nasceu em São Paulo no dia 25/01/1811, filho do capitão mor de Jundiaí Eleutério da Silva Prado e de d. Ana Vicência Rodrigues de Almeida. Formou-se em direito pela Faculdade de São Paulo em 1835, mas não chegou a exercer a profissão, uma vez que em 1838 ele se casou com sua sobrinha Veridiana da Silva Prado (veja Rua Dona Veridiana) e adquiriu a fazenda Campo Alto, então localizada em Mogi Mirim, e que era grande produtora de açúcar. Posteriormente esta fazenda passaria para o município de Limeira e, mais tarde, para Araras. Há que se destacar que Veridiana contribuiu com a venda de suas joias para que Martinho pudesse adquirir a Campo Alto. O casal teve os seguintes filhos: Antonio da Silva Prado (nascido aos 25/02/1840), Veridiana (1842, viveu apenas seis semanas) Martinho da Silva Prado Júnior (17/11/1843), Ana Blandina (30/11/1844), Veridiana (1846, a segunda com este nome e falecida com 18 meses) Anésia (31/03/1850), Antonio Caio da Silva Prado (13/06/1853) e Eduardo Paulo da Silva Prado (27/02/1860). Em 1878, o casal se separa. Como fazendeiro, Martinho adquire grande fortuna e, sendo um dos mais progressistas de sua época, logo percebe que o fim do regime escravista era uma questão vencida e que cedo ou tarde se traduziria em realidade. Por isso, foi um dos primeiros que antes da promulgação da Lei Áurea, tratara de contratar trabalhadores livres. Martinho Prado teve também grande atuação política, inicialmente como vereador na Câmara Municipal de São Paulo entre 1837 e 1839 e depois como deputado provincial em três mandatos seguidos no período de 1854 a 1859, tendo sido suplente num período anterior entre 1838 e 1839. Foi ainda presidente do antigo Grêmio Conservador, e apesar de sua influência e prestígio no governo imperial, recusou todas as honrarias não aceitando títulos de nobreza nem condecorações. Fez inúmeras doações para as instituições de caridade, muitas vezes de forma anônima como ocorreu com o donativo de 20 contos de Réis para as obras da Santa Casa de Misericórdia. Como empresário, destaca-se o seu trabalho junto à Cia Paulista de Estradas de Ferro, da qual foi um dos fundadores e depois diretor. Apesar dos longos períodos que passava em suas fazendas no interior, Martinho e Veridiana mantinham uma grande chácara no bairro da Consolação, no entorno da igreja de mesmo nome, onde mais tarde foi aberta a rua denominada em sua homenagem. O dr. Martinho Prado faleceu em São Paulo no dia 28/07/1891, tendo sido sepultado no cemitério da Consolação. Em seu testamento, deixou 100 contos de Réis para a Santa Casa de Misericórdia.  

Fontes: Correio Paulistano e O Estado de São Paulo de 29/07/1891.

Começa na Rua da Consolação, e termina na Rua Santo Antonio.

Fonte: Dic.Ruas

21 resultados

  1. R MARTINHO PRADO, 19

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  2. R MARTINHO PRADO, 25

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  3. R MARTINHO PRADO, 29

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  4. R MARTINHO PRADO, 33

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  5. R MARTINHO PRADO, 43

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  6. R MARTINHO PRADO, 49

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  7. R MARTINHO PRADO, 119

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  8. R MARTINHO PRADO, 127

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  9. R MARTINHO PRADO, 128

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  10. R MARTINHO PRADO, 133

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  11. R MARTINHO PRADO, 153

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  12. R MARTINHO PRADO, 154

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  13. R MARTINHO PRADO, 165

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  14. R MARTINHO PRADO, 173

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  15. R MARTINHO PRADO, 187

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  16. R MARTINHO PRADO, 191

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  17. R MARTINHO PRADO, 192

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  18. R MARTINHO PRADO, 199

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  19. R MARTINHO PRADO, 207

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  20. R MARTINHO PRADO, 209

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista

  21. R MARTINHO PRADO, 211

    CEP 01306-040

    Bairro Bela Vista