R MARIO NEME

Mário Neme nasceu em Piracicaba em 1913. Terminado o curso primário matriculou-se na "Luiz de Queiroz", mas não chegou ao fim dos estudos. Ingressou em 1927 no jornal "Gazeta de Piracicaba" e em pouco tempo se envolveu na acirrada luta política, do antigo PRP contra o Partido Democrático, batendo-se ao lado dos que defendiam a renovação que deveria vir com o movimento de 1930. Com a vitória da Revolução de 30, em vez de reivindicar compensações, veio para São Paulo, onde integrou a turma piracicabana de "O Estado de São Paulo", da qual participavam Leo Vaz, Marcelino Ritter, Pedro Ferraz do Amaral, Paulo Magalhães, Otacílio Silveira de Barros e tantos outros. Com Sérgio Millet fundou a Sociedade Paulista de Escritores (1942), destinada a defender a classe e a obrigar os jornais a remunerar todos os artigos assinados publicados em suas colunas para evitar o aviltamento da profissão e promoveu o I Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo em 1945, do qual partiu o primeiro grito de rebelião contra a ditadura getuliana, em movimento que acabaria na Constituição de 1946. Depois de uma obra literária que poderia ser mais vasta dedicou-se a pesquisa histórica. Começou por desmistificar a fundação de São Paulo, que simplesmente deu continuidade à de Santo André da Borda do Campo, graças à transferência da Câmara e do Pelourinho para o Pátio do Colégio, onde as defesas eram mais seguras. A essa altura já tinha nome feito como escritor, como folclorista e como pesquisador da história. Com a saída de Mário de Andrade do Departamento de Cultura, a Mário Neme coube assegurar a continuidade de sua obra, na "Revista do Arquivo" e depois no "Boletim Bibliográfico". De sua discordância com o professor Jaime Cortesão, em torno da fundação de São Paulo, surgiu o seu estudo "Notas de Revisão da História de São Paulo", que talvez não tenha ainda merecido a devida atenção dos estudiosos, mas constitui peça fundamental da história de Piratininga. Ao lado do mestre português foi um dos principais organizadores da Exposição de História, comemorativa do IV Centenário da Cidade. Foi também um dos fundadores do Museu do Folclore. Nomeado diretor do Museu do Ipiranga em 1960, em uma gestão que culminou com a incorporação da entidade à Universidade de São Paulo, Mário Neme percorreu a Europa e a África, em demoradas pesquisas, das quais resultaram duas obras: "Difícil África Negra" e "Fórmulas Políticas do Brasil Holandês", 1971 e um terceiro trabalho, ainda inédito, sobre o domínio holandês. Em 1º de março de 1972 se aposentou para se dedicar ao Museu preparando-o inclusive para os festejos do sesquicentenário da Independência. Trabalhava em uma obra de extraordinária importância: a localização dos Municípios do Estado nas antigas sesmarias do Brasil Colonial. Faleceu em São Paulo em 14 de março de 1973.

Logradouro oficializado através do Decreto nº 11.420, de 14 de outubro de 1974.
Nome anterior do logradouro: Rua 1.

Começa na Estrada do Campo Limpo e Termina na cerca de 540 metros adiante na mesma Rua Um trecho ora denominado Aurélio Bellotti Júnior. Fica entre a Rua Projetada e a continuação da Rua Um (trecho final). Jardim Samara.

Nomes anteriores: Rua Um

Fonte: Dic.Ruas