R MARIA ALMEIDA DO PRADO

Maria Aparecida do Prado nasceu em Campinas em 21 de outubro de 1908. Fez seus primeiros estudos em sua terra natal e transferindo-se para São Paulo, frequentou o tradicional Colégio Elvira Brandão, destacando-se como ótima aluna. Já nesse tempo seus dotes de espírito e coração eram apreciados e seus trabalhos literários, apezar de sua idade, revelavam queda inata, impressionando seus mestres. Muito cedo procurou colaborar em revistas e jornais sendo seus artigos sempre apreciados, pois respiravam uma grande veia poética e um profundo sentimento humanitário. Fixando-se em Santo Amaro iniciou seus primeiros passos no terreno da Assistência Social. A princípio voltou sua atenção para os pequeninos pobres e tudo fez para ampará-los, procurando em sua atividade, sua inteligência lúcida e grandes amizades conseguir interná-los em educandários e reunir-se diariamente em sua residência para orientá-los em suas primeiras letras. Como católica ensinou o catecismo tornou-os aptos à primeira comunhão, tudo isso insentivado por guloseimas e prêmios, não esquecia de amparar também materialmente seus pobres pais. A colaboração jornalística de Maria A. do Prado foi valiosíssima como se pôde constatar pelo balanço publicado por ela mesma na "A Tribuna de Santo Amaro", onde se lê que foram contempladas cerca de 700 crianças por ocasião do Natal, com roupas, brinquedos, doces e até prêmios escolares. Voltando sua atenção para a Assistência Social, aproximou-se do Círculo Operário Católico de Santo Amaro incentivando o Departamento de Assistência Feminina criou a Seção da Mãe Pobre. Ali dedicou-se com carinho organizando duas distribuições por ano, em maio e dezembro, acudindo inúmeras mães pobres com enxovais para recém-nascidos, cobertores, agasalhos e alimentos como leite, café, açúcar, pão e brinquedos. Colheram ainda frutos de seu trabalho de seu dinamismo jornalístico os socorridos pelo jornal "A Tribuna" , os necessitados dos bairros Parelheiros, Capela do Socorrro, e os pobres de São Vicente de Paulo, os das Damas de Cardidade e os das diversas favelas. Ao seu esforço e carinho deve-se a fundação das Oficinas de Santa Rita que costuravam para os pobres, na cidade Dutra, no Socorro, na Penhinha e na Vila das Belezas. Conseguiu com concurso de suas grandes amigas auxílio como cadeira de rodas para um paralítico da Vila Miranda, uma máquina de costura para o Colégio da rua Progresso, inúmeras contribuições em dinheiro, rigorosamente aplicados com a documentação e pulicações nos jornais, internamentos de doentes e ingresso em colégios. Sua maior alegria, seu maior e santo orgulho foi quando assistiu a inauguração da Creche Marieta Morse. Procurada por D. Elisabeth Satzke e pelo padre José Afonso B. de Moraes Passos que expuzeram a idéia de criar uma creche, onde as mães que trabalham fora pudessem deixar seus filhos, apoiou plenamente e não descançou enquanto não viu realizado aquele sonho. Na parte social sempre defendeu com ardor e ternura o legado de nossos gloriosos e valentes ascendentes, batalhou pela realização do majestoso monumento de um dos seus previlegiados filhos para perpetuar a memória do valoroso Borba Gato. Paulo Eiró também tocou sua alma lírica, nunca foi esquecido e sempre louvado em suas crônicas. A conservação do velho prédio do antigo Mercado também sentiu a influência da sua pena. Faleceu na Capital Paulista em 23 de setembro de 1962.

Começa na Alameda Santo Amaro e termina na Rua Iguatinga. Fica entre as Ruas Belchior de Pontes e Manoel Antonio da Luz.

Fonte: Dic.Ruas