R MARCELINA

Rua Marcelina

Esta rua começou a ser aberta em 1888 pelo engenheiro e empresário italiano Luiz Bianchi Betholdi que, em 1887, adquiriu uma extensa área de Antonio Xavier Borba então chamada de “Campos da Pedreira” ou “do Mandi”. Nessa área, Betholdi deu início ao loteamento que chamou de Vila Romana, numa referência ao seu país de origem. Ao mesmo tempo, as ruas também receberam denominações que faziam menção à civilização romana como a Rua Marcelina, uma referência a Santa Marcelina, que nasceu em Roma, provavelmente no ano de 327 e pertencia a família dos Ambrósios. Filha de Aurélio Ambrósio, prefeito da Gália, que depois da morte prematura dos pais se dedicou a educação de seus irmãos menores. Seu pai trabalhou como prefeito romano governando a Gália a partir de Augusta dos Tréveros, atual Tréveris, na Alemanha. A família de Marcelina pertencia à nobreza romana que abraçou a fé cristã e tudo leva a crer que tinha parentesco com a família Aurélia. Marcelina cresceu num contexto de grandes transformações culturais. Em 327 ocorria a primeira guerra entre a República Romana e os Samnitas pelo domínio região da Campânia. Em 340 seu pai assumiu o cargo de governador e a família se transferiu para Gália, ali permanecendo por alguns anos. Em Tréveris Marcelina passou sua infância e adolescência. Naquele mesmo ano nascia o terceiro filho do casal, que recebeu o nome do pai, Ambrósio. Além disso, a família sofreu com a morte precoce do pai ainda naquele ano. Diante disso, a mãe de Marcelina retornou com os três filhos para Roma mas faleceu poucos anos depois. Assim, Marcelina assumiu a responsabilidade pela educação de seus irmãos menores. Marcelina recebeu uma sólida formação cristã e no dia de Natal, por volta de 353, consagrou-se na basílica vaticana, recebendo o véu das mãos do Papa Libério. Marcelina entra no rol das virgens do século IV; tinha diante dos olhos um exemplo de coerência cristã, vivida até o martírio, pois era de sua família a Santa Sotera, sua parenta, que morreu mártir em 304, durante a perseguição de Diocleciano. Muitas jovens desejosas de serem orientadas por ela no conhecimento do Senhor acorriam a sua casa e junto a ela se exercitavam no socorro aos pobres e sofredores. Ao mesmo tempo, Marcelina não descuida da educação humana, cultural e cristã de seus dois irmãos, logo nomeados para importantes cargos públicos. No tempo do imperador Valentiniano I, em 372, Ambrósio foi eleito governador de Milão e Sátiro foi nomeado para uma Prefeitura. Dois anos mais tarde, Ambrósio foi eleito Bispo de Milão e Marcelina o acompanha na nova missão. No silêncio de uma vida recolhida desenvolveu um intenso apostolado eclesial, participando ativamente das labutas do Bispo Ambrósio, orientou-o a manter-se firme e seguro no serviço da fé e da promoção da justiça. Após a eleição de Ambrósio, Sátiro assumiu toda a parte administrativa dos bens da família, que eram também destinados aos pobres. Assim como Marcelina, Sátiro foi um fiel colaborador em todos os projetos e empreendimentos de Ambrósio. Marcelina assistiu a morte de seus dois irmãos e faleceu no dia 17 de julho de 397, com 70 anos e foi sepultada na Basílica de Santo Ambrósio. Em 1722 seus restos mortais foram transladados para uma capela erguida em sua homenagem na mesma Basílica. Em sua homenagem, em 1838, o Beato Luigi Biraghi e Madre Marina Videmari fundaram o instituto religioso feminino das Irmãs de Santa Marcelina, para a educação de jovens.

Começa na Rua Dr. Francisco Figueiredo Barreto e termina na Rua Catão.

Fonte: Dic.Ruas