R JOAQUIM LIMA DE MORAES

Joaquim Lima de Moraes nasceu na cidade de São Paulo em 17 de janeiro de 1907. Fez seus estudos primários no Colégio Oswaldo Cruz e iniciou o curso secundário no Colégio São Bento, ambos em São Paulo. Em virtude de uma miopia progressiva que o levou a perda total da visão, foi obrigado a abandonar os estudos regulares. Em 1947 matriculou-se na Associação Pré-Biblioteca e Alfabetização para Cegos, onde aprendeu a leitura e escrita braile e a calcular no cubarítimo. Nesta época tomou conhecimento do aparelho chamado sorobã ou ábaco japonês. Nos anos de 1948 a 1950 dedicou-se ao trabalho de adaptação do sorobã para uso dos cegos, e a elaboração de um método que servisse de orientação para os cálculos nesse aparelho. Em 1951 publicou a primeira edição mimeografada "Sorobã", que explicava uso deste aparelho. Em 1965 a edição foi revista, melhorada e republicada e em virtude do grande interesse o método foi vertido para o inglês. Em 1956 e 1957 ministrou aulas do método sorobã no Curso de Especialização em Ensino de Cegos do Instituto de Educação Caetano de Campos. Em 16 de abril de 1953 iniciou-se no Trabalho da Fundação para o "Livro do Cego no Brasil" no setor de Imprensa Braille, passando a ser o consultor braille da obra, cargo que ocupou até 1958. Interessou-se pelo estudo da Estenografia Braille, e em 1953 publicou em sistema mimeografado o "Método Prático de Estenografia Braille da Língua Portuguesa", observando as resoluções da Conferência Regional para Unificação das Abreviaturas Braille nas línguas hispano-portuguesa realizada em Montevidéu, em 1951, sob o patrocínio da UNESCO. Colaborou na primeira edição do Código de Matemática em Braille publicado em 1953 em língua portuguesa, adaptando ao sistema métrico decimal o item "Valores e Medidas". De 1954 a março de 1969 encarregou-se da confecção da revista em Braille "Relevo", para adultos, com coletânea de artigos colhidos nas principais revistas brasileiras e jornais de São Paulo. Devido as suas excepcionais qualidades pelos problemas profissionais dos cegos e grande habilidade manual foi designado para dirigir esta oficina que passou a funcionar em caráter experimental na sede da FLCB. Com uma bolsa de estudo, seguiu para os Estados Unidos em 07 de junho de 1959, onde estagiou em oficinas de diferentes tipos de trabalhos para cegos em vários Estados da América do Norte e Canadá. Visitou várias organizações desses países, onde teve oportunidade de observar e conhecer o mais moderno no campo de reabilitação profissional de cegos. De volta ao Brasil se dedicou com grande afinco ao desenvolvimento da Oficina Protegida de Trabalho para Cegos da FLCB. Introduziu o sistema de subcontratos de trabalho e para a sua manutenção visitava indústrias da Capital e de municípios vizinhos, procurando interessar os industriais no sentido de proporcionarem trabalho a oficina como de colocarem as pessoas cegas, convenientemente preparadas. Um significativo número de pessoas deficientes visuais foram colocadas em diversos ramos da indústria, em trabalho competitivo ganhando para o seu sustento e o de sua família, conseguindo assim sua reabilitação total. Por solicitação da American Foundation for Overseas Blind que o designou seu consultor, empreendeu várias viagens a países da America Latina. Foi secretário geral do Conselho Nacional para o Bem Estar do Cego, organização que congrega as instituições de cegos de todo o País, no biênio 1969-1970. Em 10 de maio de 1971 participou do Programa Índio de Ouro da TV Tupi, onde foi homenageado com o Troféu Índio de Prata pelos serviços prestados aos cegos, como chefe da Oficina de Trabalho para Cegos. Faleceu em 22 de julho de 1971.

Nome oficializado pelo decreto 9.712, de 18 de novembro de 1971. Processo nº37.084/71.

Começa na Rua Dr. José Áureo Bustamante e termina na Rua Antonio Pacheco Valente.

Nomes anteriores: Rua 8 e Rua Godofredo Handley

Fonte: Dic.Ruas