R GAL JARDIM

Na segunda metade do século XIX, o bairro de Vila Buarque era uma extensa área conhecida como “Chácara Rego Freitas”, pertencente ao Dr. Antonio Pinto do Rego Freitas (veja Rua Rego Freitas). Após o falecimento de Rego Freitas, ocorrido em 1886, seus herdeiros venderam a propriedade para a Empresa de Obras do Brasil, estabelecida no Rio de Janeiro, e que tinha como presidente o empresário Manuel Buarque de Macedo. (ele filho do engenheiro e ministro de mesmo nome, Manuel Buarque de Macedo – veja Rua Buarque de Macedo). A escritura de venda foi lavrada no dia 17/06/1890 ao preço de 900:000$000 Réis. Essa mesma chácara, depois de regularizada e arruada, deu origem à Vila Buarque, nome este que homenageou o presidente da empresa loteadora. Em agosto do mesmo ano os lotes já estavam sendo vendidos. E dentre as várias ruas abertas no novo bairro, estava esta rua, inicialmente denominada D. Veridiana, e depois Rua General Jardim, uma homenagem a José Rodrigues Jardim, engenheiro e militar brasileiro. O General Jardim nasceu em São Paulo no dia 27 de outubro de 1845, filho do dr. José Rodrigues Jardim (ele natural de Goiás, que veio a São Paulo em 1842 para estudar na Faculdade de Direito, tendo concluído o curso em 1847), e de d. Maria da Pureza Jardim. O general Jardim assentou praça voluntariamente no dia 08/02/1864, sendo reconhecido como soldado a 14 de abril, e nesse mesmo ano inicia o curso preparatório anexo à Escola Militar. Em 1866, e já como parte do batalhão de engenheiros, segue para o campo de batalha na Guerra do Paraguai. Em 1868 foi promovido a 2º tenente e ficou encarregado das edificações de defesa, especialmente na praça de Humaitá, onde foi ferido gravemente em batalha. De volta ao Brasil, segue para o Rio de Janeiro onde continua seus estudos na Escola Militar. Em 1872 recebe a medalha pela campanha no Paraguai, ao mesmo tempo em que, a 12/11/1872, obteve licença para suprimir o sobrenome “Rodrigues”, passando então a assinar “José Jardim”. Em 1873 foi promovido a 1º tenente e em 1875 a capitão, mesmo ano em que se formou no curso de engenharia. Nesse período trabalhou nas obras de abastecimento de água para a cidade do Rio de Janeiro. Em 1881 foi destacado para trabalhar na demarcação das divisas entre o Brasil e a Venezuela. Pelos serviços prestados, em 1883 recebeu a comenda de Cavaleiro da Ordem de São Bento e, em 1884, o de comendador da Ordem da Rosa. Em 1886 foi promovido a major e recebeu do governo da Venezuela a medalha do Libertador Bolívar tendo em vista os serviços prestados na demarcação dos limites daquela república com o Brasil. Durante todo esse período manteve residência em São Paulo, para onde foi nomeado encarregado das obras militares desta província. Mas, tendo em vista o sucesso de seus trabalhos na fronteira com a Venezuela, em 1886 ele foi nomeado para tratar das divisas entre o Brasil e a Argentina. Segue para o sul do país em 1887. Em 1890 foi promovido a ao posto de tenente-coronel e nesse mesmo ano retorna a São Paulo como diretor das obras militares no estado. Em 1892 foi promovido ao posto de coronel e, em abril do mesmo ano, assumiu como senador estadual na assembleia paulista. Nessa mesma época foi nomeado comandante da Escola Militar do Rio Grande do Sul. De volta a São Paulo, teve um importante papel na defesa da cidade de Santos durante o episódio conhecido como Revolta da Armada. Em 1894 foi promovido ao posto de general. O General Jardim foi casado em primeiras núpcias com d. Josefina Antunes de Abreu e pela segunda vez, aos 29/06/1885, com d. Albertina Villaça. Faleceu em São Paulo no dia 13/07/1894 e foi sepultado no cemitério da Consolação. Pela Lei estadual nº 405 de 27/06/1896, o governo do Estado de São Paulo incumbiu-se da construção de um monumento ao General Jardim que deveria ser erigido sobre o seu túmulo. Entretanto, em 1898 decidiu-se que o mesmo seria edificado no cemitério do Araçá, tendo a prefeitura de São Paulo cedido gratuitamente o terreno necessário (Atas da Câmara de 20/07/1898). A construção do monumento esteve a cargo do escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, com projeto do artista José Martinelli (jornal A Nação de 18/09/1897) que hoje pode ser visto na entrada do portão principal daquele cemitério, ao lado esquerdo.

Logradouro oficializado através do ATO nº 19, de 18 de dezembro de 1894.
Nome anterior do logradouro: Rua Dona Veridiana.

Começa na Rua Araújo e Termina na Rua Sabará. Bairro Vila Buarque.

Nomes anteriores: Rua D. Veridiana

Fonte: Dic.Ruas