R DR OCTAVIO G. MOREIRA JUNIOR

Octávio Gonçalves Moreira Júnior foi delegado de Polícia do Estado de São Paulo. Nasceu em Olímpia - São Paulo, em 23 de julho de 1938. Bacharelou-se em Ciências Sociais e Jurídicas pela Universidade de São Paulo. Integrou a polícia no ano de 1969, no período da Ditadura Militar (1964-1985) já como delegado do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social, órgão que tinha por finalidade um controle das manifestações políticas, sociais contrárias à ordem política vigente. Assumidamente partidário da ordem militar, Octávio foi um dos fundadores do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) além de atuar na "Operação Bandeirante", na qual chefiava uma das turmas de busca e apreensão.
No processo de denominação deste logradouro, foi sugerida e aprovada pelo prefeito Miguel Colassuono a referida homenagem através de um pedido da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo que destacou a seguinte justificativa: "Assassinado no Rio de Janeiro, por terroristas, no dia 25 de fevereiro de 1973". Tal justificativa e a oficialização da homenagem, expressam a opinião de determinado grupo acerca de seu posicionamento político no período. Entretanto, na pesquisa realizada, outras informações são veiculadas a respeito de Octávio Gonçalves Moreira Júnior, como sua participação na captura de pessoas consideradas subversivas durante a Ditadura Militar. Neste caso, consta seu nome no "Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964", como chefe da equipe que prendou e feriu o estudante Hiroaki Torigoe dirigente do MOLIPO - Movimento de Libertação Popular levando-o as dependências do "DOI-Codi/SP" (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna, órgão criado para o combate às organizações contrárias ao regime político e que utilizou nos interrogatórios diversas práticas de tortura).
Em meio à intensificação do confronto entre Governo e grupos de resistência ao Regime, o delegado foi assassinado na Guanabara - Rio de Janeiro, em 25 de fevereiro de 1973, por um comando conjunto de militantes da ALN, PCBR e VAR Palmares.

Para a elaboração do texto final, foram consultadas as fontes abaixo citadas.

JOFFILY, Mariana. As sentinelas indormitas da pátria: os interrogadores do DOI-CODI de São Paulo. Mundo do Trabalho, v.1, n. 1, jan/jun. 2009

MIRANDA, Nilmário; TIBÚRCIO, Carlos. Dos filhos deste solo. Mortos e desaparecidos políticos durante a Ditadura Militar: a responsabilidade do Estado. São Paulo: Boitempo, 1999. 650 p

NAPOLITANO, Marcos. O regime Militar Brasileiro (1964 - 1985). São Paulo: Atual, 1998. 112p

SEPULTADO no Morumbi delegado morto no Rio. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 fev. 1973. Policia, p. 6.

Nome oficializado pelo Decreto n° 11.868 de 17 de março de 1975.

Nome anterior do logradouro: Rua "4".

Começa na Avenida Professor José Maria Alkmin, e termina na Avenida Professor José Maria Alkmin, fica entre as Ruas ''3'' e Dr. Edmundo José de Lima. Jardim Esmeralda.

Nomes anteriores: Rua ''4''

Fonte: Dic.Ruas