R DR CLAUDIO DE SOUSA

O Dr. Claudio Justiniano de Souza Júnior, nasceu em São Roque, Estado de São Paulo, em 20 de outubro de 1876, filho de Claudio Justiniano de Souza e de d. Antonia Barbosa de Souza. Foi médico, escritor e dramaturgo, tendo marcado seu nome na história do teatro brasileiro como autor de inúmeras peças nas décadas de 1920 e 1930. Aos 14 anos concluiu o curso ginasial e matriculou-se na Faculdade de medicina da Bahia, passando, no segundo ano, para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ainda como estudante, escrevia no jornal “Diário Popular” de São Paulo e colaborava nos jornais cariocas “O Correio da Tarde” e “A Cidade do Rio”. Aos 18 anos de idade, escreveu sua primeira peça de teatro, a comédia “Mate-a ou ela te matará”. Formou-se em 1897 defendendo a tese “Os nevropatas e os degenerados”, e logo retornou a São Paulo onde clinicou e atuou como professor de Terapêutica da Escola de Farmácia. Em 1898 publicou seu primeiro livro “Pela Mulher”, em que trata da questão do divórcio; colaborando também no jornal Correio Paulistano com a coluna “Crônica Científica”. Atuou como médico em Franca, Itapetininga (onde manteve o jornal “A Tribuna”) e em Amparo, entre 1902 e 1903, cidade natal de sua esposa, d. Luiza Leite de Souza, ela filha do Barão de Socorro, o coronel Luiz de Souza Leite. Casou-se em São Paulo com d. Luiza no dia 20/10/1902. Em 1906, na capital paulista, fundou a Liga Paulista de Profilaxia Moral e Sanitária, tendo como principal objetivo lutar contra o alcoolismo e contra a disseminação de doenças venéreas, especialmente a sífilis, sendo esta liga a mantenedora do Dispensário Dr. Claudio de Souza, que tratava gratuitamente os doentes pobres. Nesse período, publicou várias obras médicas como “O alcoolismo e a sífilis”, em 1906. Em 1909 participou como membro fundador da Academia Paulista de Letras ocupando a cadeira nº 19. Por essa época passa a dedicar-se cada vez mais às letras e publica seu primeiro livro de ficção “Pater”. Em 1913 deixou a medicina, viaja pelo mundo e fixa residência no Rio de Janeiro com sua esposa na famosa Vila Luiza, um belo palacete na Av. Atlântica. Escreve diversas peças para o teatro, sendo que a primeira delas, a comédia “Eu arranjo tudo”, estreou em 1915. Pouco depois apresentou “Flores de sombra”, que se tornou uma obra de referência no teatro brasileiro. Viajou diversas vezes para a Europa e pelo mundo, publicando também diversos relatos. Em 1917, mandou construir na Av. Pompeia, em São Paulo, uma capela dedicada à Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, em terreno que havia adquirido. Dado o êxito que alcançou no teatro, dedicou-se à produção de peças que foram apresentadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1922, por ocasião das comemorações pelo centenário da independência do Brasil, publicou um longo e erudito ensaio sobre a história do teatro brasileiro, que foi traduzido para o inglês e francês, sendo reproduzido nos E.U.A. e na França. Em 1924 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 29. No dia 02/04/1936 fundou o PEN Clube do Brasil, sendo o seu primeiro presidente. Em 1938 foi eleito presidente dessa mesma entidade, cargo que ocupou também e 1946. Faleceu no Rio de Janeiro em 28 de junho de 1954, sem deixar descendentes, e foi sepultado no cemitério de São João Batista. Sua esposa, d. Luiza, também faleceu no Rio de Janeiro no dia 29/01/1956.

Fonte: Correio da Manhã (RJ) 29/06/1954 e A Noite RJ, 30/01/1956

Começa na Rua da Cantareira e termina na Avenida Tamanduateí.

Fonte: Dic.Ruas