R CASSIANO RICARDO

Cassiano Ricardo nasceu em São José dos Campos, São Paulo, em 26 de julho de 1895. Seus pais possuiam pequena fazenda no interior paulista e lá passou a infância. Publicou os primeiros trabalhos num jornalzinho manuscrito, "O Ideal", que fazia circular entre os colegas do Grupo Escolar Olimpio Catão. Redigiu outro jornalzinho, "IRIS", contando com colaboração de Bitencourt de Sá, seu colega. Feito o primário, estudou no Ginásio Nogueira da Gama em Jacaréi. Transferindo-se para São Paulo ingressou na Faculdade de Direito. Foi ótimo aluno, tendo recebido, no 3º ano, o prêmio Azevedo Marques, foi apreciado orador. Ainda estudante, em 1915, lançou seu primeiro livro de poemas, "Dentro da Noite". Dois anos depois publicou "A Frauta de Pã", de fundo parnasiano. Por volta de 1918 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se bacharelou. Formado, retornou a São Paulo e passou a advogar. Em 1920, foi com a família para o Rio Grande do Sul, advogando em Passo Fundo e depois em Vacaria. Além de exercer a advocacia, meteu-se na política. Fundou um jornal, combativo, idealista, chegou mesmo a correr risco de vida. Em 1923, já em São Paulo, integrou o grupo dissidente da Semana de Arte Moderna, ao lado de Menotti Del Picchia, Plínio Salgado, Candido Mota Filho e Raul Bopp. Em oposição a Osvald de Andrade, que liderava a Antropofagia, lançou a Anta, símbolo da terra. Os cinco formadores do grupo verde-amarelo pertenciam ao Correio Paulistano, órgão do Governo. Nessa época, dirigiu a revista "Novíssima", em função do Modernismo e do Pan-Americanismo e contando com a colaboração de autores nacionais e estrangeiros. Abandonando a advocacia, tornou-se funcionário público, como censor teatral e cinematográfico. Ocupou outros cargos e, finalmente, o de diretor da Secretaria do Governo de São Paulo. Em 1932, foi secretário do governador Pedro de Toledo, foi preso por dois meses no Rio de Janeiro. Sobre a revolução, possuia documentos importantíssimos e inéditos. Com vários livros publicados, de alto valor, já em 1931 estava consolidada sua posição no nacionalismo modernista. Em 1937, foi eleito para ocupar a cadeira nº 31, da Academia Brasileira de Letras, na vaga de Paulo Setúbal. Na Academia, introduziu idéias novas, de renovação até mesmo do Regimento, e deu motivo a inúmeras polêmicas; uma delas, quando sugeriu o premio de poesia conferido a Cecília Meireles, pelo seu livro "Viagem". De 1940 a 1943, dirigiu "A Manhã, chamando para colaborar grandes intelectuais. Criou o suplemento "Autores e Livros", de alto valor para o estudo e difusão da nossa literatura. Devido ao seu espírito sem barreiras, criou atritos com o superintendente do jornal, acabando por se demitir. Depois de doze anos sem publicar poesias, surgiu com o livro "O Sangue das Horas", em 1943, mostrando a sua nova fase. Publicou diversos outros volumes, em verso e prosa, conferências e ensaios. Em 1950 e 1952, foi eleito presidente do Clube de Poesia de São Paulo, iniciando a publicação dos Cadernos dedicados aos novíssimos e inaugurando um curso de Poética, o primeiro no gênero aqui realizado. De 1952 a 1955, esteve na Europa como diretor do Escritório Comercial em Paris, fazendo propaganda de produtos brasileiros, agrícolas e industriais. De volta publicou, em 1956, dois livros considerados o ponto mais alto de sua obra. Foi o intelectual do ano de 1965 em São Paulo. Faleceu em 15 de janeiro de 1974.

Começa na Rua Miranda Guerra e termina na Rua Job Lane.

Nomes anteriores: Rua 3

Fonte: Dic.Ruas