R BASILIO DA CUNHA

Esta rua foi aberta nas últimas décadas do século XIX e já aparece registrada no mapa da cidade de 1897 com a denominação de "Avenida Brazilio Cunha". Posteriormente, ela foi oficializada através do Ato nº 972 de 1916 e da Lei nº 4.371 de 1953. Apesar da grafia "Basílio", a homenagem prestada neste logradouro é ao grande diplomata e músico brasileiro Brasílio Itiberê da Cunha. Nascido em Paranaguá (PR) aos 01/08/1846, faleceu em Berlim, na Alemanha, aos 11/08/1913. Filho de João Manuel da Cunha e de D. Maria Lourença da Cunha, foi batizado em Paranaguá no dia 08/09/1846. Na sua certidão de batismo consta a grafia "Brasilio"mas, quando de sua matricula na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1866, assinou "Brazilio". Compositor que refletiu em sua peças o ambiente e o espírito romântico de sua época, foi Brasílio Itiberê, sem dúvida, um dos precursores da música brasileira. Em 1868, quando ainda estudante em São Paulo, foi o primeiro compositor brasileiro a utilizar um tema popular ("balaio, meu bem, balaio") como inspiração, na peça para piano "A sertaneja". Brasílio Itiberê formou-se em 1870, mesma época em que iniciou sua carreira diplomática como adido em Berlim. Posteriormente, foi transferido para a Itália, onde permaneceu cerca de quinze anos. Publicou, no "Ilustrierte Zeitung" de Leipzig um artigo intitulado "Alemanha e Brasil"; na revista "Der Muziksalon", nos anos de 1910, 1911 e 1912, um estudo sobre "La litterature e lês Beaux Arts ao Brésil" e, na "Revue Génerale" da Bélgica, um artigo sobre a "Literatura Brasileira". Em Roma, no seu apartamento da Via Del Corso, recebia freqüentemente a visita de Liszt, ao qual dedicou seu "Estudo" em lá bemol. Numa dessas noites, reuniu os três maiores pianistas do mundo: Franz Liszt, Anton Rubinstein e Giovanni Sgambatti. Nesse famoso serão, Liszt tocou "A setaneja" de Brasílio Itiberê. Contando já 23 anos de carreira, foi promovido a enviado extraordinário e ministro plenipotenciário. Removido para a Bolívia, serviu depois no Peru, Paraguai e Portugal. Muito amigo do Barão do Rio Branco, foi por ele designado para novamente servir em Berlim no ano de 1908. Mas, durante todo esse tempo não parou de compor. Quando de seu falecimento, o órgão da diplomacia "Le Journal Diplomatique" assim o descreveu: "Gentleman (...), diplomata de boa escola, impregnado de todas as tradições da mais pura correção, s. excia. Sr. B. Itiberê da Cunha foi sempre 'persona grata' e teve os maiores êxitos diplomáticos. Foi um dos diplomatas mais notáveis do Brasil e sua morte constituiu uma grande perda para o seu país."

Fonte: Jornais "A Noite" de São Paulo, edição do dia 06/08/1946 e "Jornal do Commercio" do Rio de Janeiro de 04/08/1946 com a colaboração do Prof. Achille Picchi.

Começa na Rua Batista Caetano e termina na Rua Cel. Diogo - Cambuci

Nomes anteriores: Av. Brazilio da Cunha

Fonte: Dic.Ruas