R ANTONIO CANTARELLA

Este nome foi sugerido pelo vereador Benedito Rocha através do Projeto de Lei nº 575 de 04/12/1964.

Antonio Cantarella foi um empresário ítalo-brasileiro que atuou na abertura de alguns bairros na zona sul de São Paulo, especialmente Mirandópolis e Parque Jabaquara, tendo ainda um papel relevante na abertura da atual Av. Jabaquara. Antonio Cantarella nasceu em Catânia, na Itália, no dia 19/11/1877, filho de Salvador Cantarella e de d. Carmela Previtera Cantarella. Veio para o Brasil em 1897 e, já com um bom capital acumulado, atuou na área comercial. No início do século XX, ele investe na aquisição de grandes áreas na então chamada “Várzea de Santo Amaro”, sendo uma delas ao lado do ribeirão Jabaquara que destinou para a criação de um parque. Em setembro de 1910 o empreendimento foi apresentado aos convidados e à imprensa paulistana que publicou diversas matérias elogiosas à nova área de lazer da cidade. E na intenção de melhorar o fluxo de visitantes, Antonio Cantarella apresentou à Prefeitura o projeto de abertura da Av. Jabaquara que foi discutido na sessão da Câmara Municipal de 28/09/1918. Através desse projeto, Cantarella se dispunha a ceder os terrenos necessários para a nova avenida, bem como se incumbiu de entrar em acordo com os demais proprietários e a fazer as despesas necessárias. Após essa oferta do empresário, a Av. Jabaquara ficou pronta e foi aceita pela Prefeitura no dia 15 de março de 1923. Entre 1925 e 1930, ele loteou várias áreas de sua propriedade e dentre elas estava o bairro de Mirandópolis. Ao mesmo tempo, ele projetou os loteamentos da Vila Jabaquara e do Parque Jabaquara, este justamente ocupando o perímetro do famoso parque que deixaria de existir. Antonio Cantarella foi um grande empreendedor e reconhecido naquela época como um amante da natureza, especialmente por ter criado e mantido às suas custas o Parque Jabaquara. A esse respeito, o ilustre botânico Prof. Dr. Francisco Carlos Hoehne escreveu: "Devemos confessar que muito simpatizamos com o gentil proprietário desse Parque, Antonio Cantarella, pelo amor e interesse que revela pelas coisas da natureza e que tem demonstrado com carinho e cuidado com que ate ao presente conservou a floresta que poderia ter reduzido a dinheiro. Se até agora, deixou de auferir lucros, é porque de  fato é um grande amigo da natureza, um abnegado, digno do nosso mais leal e profundo respeito." Infelizmente, porém, o Parque Jabaquara foi depois loteado. Em 1938, e a pedido de Hoehne, fez expressiva doação em dinheiro para que aquele botânico publicasse os volumes da obra “Flora Brasílica”. Em agradecimento, Hoehne assim se expressou: “"Felizes são os que assim procuram perpetuar a sua memória  entre os seus semelhantes,  porque erigem monumentos para aí, não graníticos e fixos, mas vivos, indestrutíveis e caminhantes, que falam alto a todos os centros de cultura. Sim, eles imortalizam os seus nomes, tornam-se exemplos e evangelho para outros. Para nós e para as ciências o Sr. Antonino Cantarella tornou-se um benemérito, a sua memória nos será sempre grata e lembrada em todos os recantos em que se tiver de compulsar os Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo. Oxalá que muitos afortunados possam perpetuar a sua memória contribuindo para o progresso das ciências naturais.” Antonio Cantarella foi casado com d. Maria Pagano Cantarella e faleceu em São Paulo aos 65 anos de idade, no dia 25 do dezembro de 1942, sendo sepultado no cemitério São Paulo. Segundo o colaborador Ricardo Faia, em mensagem enviada em 7 de novembro de 2012, no túmulo de Antônio Cantarella, e de sua esposa Maria Cantarella, existe o conjunto escultórico "Ultimo Adeus", de Alfredo Oliani. É uma das mais comentada obra de arte cemiterial da cidade de São Paulo, segundo José de Souza Martins, professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da USP, em seu artigo publicado no Jornal O Estado de São Paulo, no dia 28 de outubro de 2006. Conforme este autor "Antônio Cantarella veio da Itália já casado com Maria. O amor dos dois é lendário na família. Antônio imigrou rico e se estabeleceu em São Paulo como comerciante e proprietário". Nome oficializado pela Lei nº 6.765, de 7 de dezembro de 1965.

Fonte: O Estado de São Paulo de 24/12/1942 e 11/06/1965 e Justificativa apresentada no Projeto de Lei 575 de 1964.

Começa na Av. Manuel Pires e termina na Rua 'Um', fica entre a Av. São Fernando e divisas de terrenos.

Nomes anteriores: Rua Tordesilhas

Fonte: Dic.Ruas