R ALVARES MACHADO

O Dr. Francisco Álvares Machado e Vasconcelos, nasceu em São Paulo - Capital, no dia 21 de dezembro de 1791, filho do cirurgião-mor Joaquim Teobaldo Machado e Vasconcelos e de D. Maria Bueno, esta, descendente direta de Amador Bueno, o Aclamado. Nasceu na antiga rua do Quartel, posteriormente Onze de Agosto, em um velho casarão da família, existente até mais ou menos 1910, localizado em frente ao antigo edifício do Fórum Civil, onde funcionou depois, o Diário Oficial.
Fez seus primeiros estudos de medicina com seu próprio pai, depois como ajudante de cirurgião-mor, na Legião de voluntários de São Paulo, não só para ouvir os discursos médicos do Dr. Mariano José do Amaral, cirurgião-mor das tropas, como também para poder praticar na enfermaria do Hospital Militar. Mais tarde foi nomeado cirurgião-mor do 1º regimento, por carta patente de D. João VI, firmada e contra-assinada pelo Conselheiro Dr. José Correia Picanço, ilustrado médico dos tempos coloniais, e organizador da primeira Escola de Médicos existente no Brasil, anterior mesmo a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Álvares Machado exerceu a profissão em Itú e Porto Feliz, onde se tornou grande chefe liberal, companheiro de Feijó Vergueiro, Brigadeiro Tobias e outros.
No tempo em que exercia o cargo de deputado de São Paulo, teve por cliente o grande orador sacro, Monte Alvene, do qual conseguiu restituir a visão temporariamente, de quem recebeu significativa carta de agradecimentos, retornado a província, ainda existente no arquivo da família, na qual o grande tribuno religioso, diz ter a certeza de voltar a cegueira, porque para ele, não existe no Rio de Janeiro, médicos e nem remédios. Verdadeiramente apaixonado pela arte de curar, dedicava-se á ciência com o maior entusiasmo, se entregando com maior paixão à cirurgia, na qual era mestre. Praticou intervenções cirúrgicas consideradas naquela época impossíveis no Brasil, foi o primeiro a operar "catarata" na América Latina, com a circunstância de ele mesmo ter fabricado o instrumental necessário a cirurgia.
Na política, e na administração, principalmente na tribuna parlamentar, se destacou entre os brasileiros de seu tempo, não podendo jamais ser esquecida sua ação na Câmara dos Deputados em 1840, como um dos primeiros a apoiar a campanha pela maioridade de D. Pedro II, ao enfrentar com real vantagem o grupo chamado de Partido Português. chefiado pela figura excepcional de Bernardo Pereira de Vasconcelos, que tudo fazia pela permanência da Regência.
Presidiu o Rio Grande do Sul, transtornado pela tentativa da República de Piratini. Assistiu de longe com mágoa a revolta de 1842. Foi um dos chefes mais respeitados e acatados do Partido Liberal. Na presidência do Rio Grande do Sul, três foram os paulistas que governaram a bela Província; Visconde de São Leopoldo, Barão Homem de Melo e Álvares Machado. Sua conduta foi extraordinária, chegando a merecer o respeito do adversário Bento Gonçalves da Silva, o valoroso chefe dos Farrapos, que em carta do dia 30 de outubro de 1840, assim se refere ao ilustre paulista: "Álvares Machado é homem de conhecida probidade, demonstrando os melhores desejos de tudo fazer para evitar a efusão de sangue. Tendo acima de tudo o bom nome do Brasil, a integridade da Pátria e os mais elevados princípios de fraternidade. Este paulista notável antecedeu a Caxias na sábia política de pacificação dos Pampas." Possuía vários títulos que o tornou nobre na história do Brasil. Faleceu no ano de 1846.

Nome anterior: Rua Livre

Nome oficializado pelo Decreto-Lei nº 370, de 05 de novembro de1946.

Legislação anterior: Ato nº 972, de 24 de agosto de 1916.

Começa na Rua da Liberdade e termina na Praça Carlos Gomes.

Nomes anteriores: Rua Livre

Fonte: Dic.Ruas