R ABILIO SOARES

A abertura desta rua remonta a 1890, ocasião em que foi planejada a “Villa Mayrink”, pela empresa de mesmo nome, que contava entre seus diretores o empresário Abilio Soares, e como incorporadores o Dr. Alberto Kulmann e Manoel Teixeira da Silva Cotta. O nome “Villa Mayrink”, que desapareceu da rede urbana de São Paulo, era uma homenagem ao Conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Abílio Soares entrou na sociedade com uma gleba de terras chamada Chácara da Boa Vista, que antes pertencera a José Antonio Coelho. Conforme matéria publicada no jornal Correio Paulistano de 07/09/1890, a “Villa Mayrink contava com um capital de 5.000 contos e tendo adquirido grande quantidade de terrenos, a nova empresa propõe-se desde já a construir uma vila para operários em lugar salubre e com todas as comodidades e conforto e adaptadas à economia das classes menos favorecidas.” Enquanto isso, o jornal O Mercantil publicava no dia 04/09/1890 que a Villa Mayrink possuía “ótimos terrenos, com 2 milhões de m2 e propunha edificar cerca de 2.000 casas para aluguel”, escola etc. A inauguração do empreendimento ocorreu no dia 27 de outubro de 1890, mas o ousado empreendimento não se concretizou conforme o planejado. Os lotes foram então vendidos aos interessados e uma grande gleba foi adquirida pelo governo do Estado em 1905 e destinada à “Invernada do Corpo de Bombeiros” que, posteriormente, deu origem ao Parque do Ibirapuera. A Rua Abílio Soares, entretanto, já estava planejada e assim denominada desde 1890.

Abílio Domingues Soares nasceu no dia 16/12/1851 em Vila Nova de Gaia, Portugal, filho de Jerônimo Domingues Soares e de D. Maria da Conceição. Veio ainda jovem para o Brasil e em 1873 já se encontrava em São Paulo, ocasião em que fundou o “Clube de Ginástica”, posteriormente denominado “Clube Ginástico Português”. Casou-se em São Paulo, no dia 20/05/1876, com D. Eulália Cezar Rudge de tradicional família paulista e teve os filhos Artur, Carolina, Izolina, Ana e Maria Soares. Abílio Soares atuou em São Paulo como comerciante, inicialmente estabelecido com loja de tecidos e armarinhos em sociedade com Manoel Lopes de Oliveira (até 1886) e Antonio da Costa Moreira. Posteriormente, participou de outras sociedades como a Cia Predial Paulista, em 1886, da “Abilio Soares & Parada” (com João Francisco Parada, em 1890), da Cia. Paulista de Curtume e Fábrica de Calçados em 1890, além de outros empreendimentos. Dono de grande fortuna, entre seus bens constava a Chácara do Beliche, em São Bernardo do Campo (1895) e a Chácara da Bela Vista, onde foi aberta a rua que leva o seu nome. Além de empresário, Abílio Soares teve grande participação na Sociedade Portuguesa de Beneficência, tendo sido seu presidente em 1884. Abolicionista e republicano, foi depois eleito vereador da Câmara Municipal de São Paulo onde cumpriu mandato de 1899 a 1901. Por essa época, Abílio Soares trocou as terras de São Bernardo pela Fazenda Cumbica, adquiriu do também vereador João Álvares de Siqueira Bueno, no município de Guarulhos, onde hoje se encontra o aeroporto de Cumbica. Propriedade imensa, esta fazenda possuía divisas com diversos proprietários. E foi justamente por conta de uma demanda com um vizinho pela demarcação de divisas, que Abílio Soares sofreu um atentado a bala, vindo a falecer no dia 24 de agosto de 1919. Foi sepultado no Cemitério da Consolação. 

Começa na Rua Paraíso e termina na Avenida Brasil.

Fonte: Dic.Ruas