PC DA BANDEIRA

Em séculos passados, a atual Praça da Bandeira era um descampado onde convergiam três cursos d'água: os ribeirões Saracura, do Bexiga e Anhangabaú (o principal), que continuavam com o nome de "Anhangabaú". Atualmente, todos eles encontram-se canalizados.
Espaço bastante frequentado por tropeiros que ali vendiam seus produtos, teve inicialmente o nome de "Largo do Bexiga", uma referência à "Chácara do Bexiga" que ficava nas proximidades. Posteriormente, este nome foi expandido para toda uma região: o Bairro do Bexiga, oficialmente "Bela Vista". No dia 28 de novembro de 1865, por proposta do vereador Malaquias Rogério de Salles, o Largo do Bexiga passou a ser denominado oficialmente como "Largo do Riachuelo", uma homenagem à Batalha do Riachuelo, travada no Rio Paraná no dia 11/06/1865, durante a Guerra do Paraguai (Veja "Rua do Riachuelo). Por essa época, desembocavam no Largo as Ruas do Bexiga (atual Santo Antonio) e Santo Amaro, as Ladeiras de São Francisco (atual Rua de São Francisco), do Ouvidor (atual Rua José Bonifácio), de Santo Antonio (atual Dr. Falcão), a Rua Formosa e as Ladeiras da Memória e do Piques (atual Quirino de Andrade). Esse labirinto de ruas e vielas era habitado por imigrantes italianos até o final do século XIX, sendo um dos pontos mais movimentados da capital, importante centro de comércio de tecidos, calçados, couro, madeiras e produtos agrícolas que chegavam por intermédio de tropeiros vindos de Santo Amaro e Pinheiros.
No início do século XX, também essa região foi atingida pela reurbanização iniciada, principalmente, com a canalização do Ribeirão Anhangabaú. Na primeira administração do Prefeito Prestes Maia (1938-1945), toda a área foi arrasada, modificada e urbanizada para a abertura da Av. 9 de Julho. Como consequência, também o espaço da Praça foi reformulado e o nome, Largo do Riachuelo, foi mantido.
No início da década de 40, o Largo foi palco de um grande Congresso Eucarístico que reuniu milhares de pessoas. Terminado os festejos, houve um movimento para dar à praça a evocativa denominação de "Congresso Eucarístico". Conforme depoimento do jornalista Zaluar, autor da coluna "Memória" publicada no Diário Popular (19/11/78), que acompanhou o desenrolar das discussões, o então Prefeito Prestes Maia não teria aprovado esta sugestão. Ao aproximar-se o "dia da bandeira" (19 de novembro), ele imediatamente teria sugerido o nome "Praça da Bandeira" - uma homenagem portanto à bandeira brasileira para o Largo do Riachuelo que, no seu entender, não teria oposição da Igreja. O fato concreto porém, é que esta denominação foi sugerida no dia 08/04/1949 pelo vereador Décio Grisi, através do Projeto de Lei nº 74. Apreciado pelos demais vereadores, ele foi aprovado no dia 27/03/1950, dando origem à Lei 3.865 de 05/04/1950.

Espaço localizado entre o Largo da Memória, Av. 9 de Julho, Rua Santo Antonio, Rua Asdrúbal do Nascimento e Av. 23 de Maio e Parque do Anhangabaú.

Nomes anteriores: Largo do Riachuelo

Fonte: Dic.Ruas